Capital da primeira infância: Como políticas públicas transformaram Boa Vista (RR) em uma cidade para as crianças
Ao andar pelas ruas planas de Boa Vista (RR), o compromisso com a primeira infância é visível: praças convidam crianças a se conectar com a natureza; coloridos caminhos da primeira infância conectam serviços em trajetos lúdicos e arborizados; e nos equipamentos de saúde, educação e assistência, a primeira infância é prioridade absoluta.
Este compromisso irrevogável com as infâncias começa com uma política pública: o Programa Família que Acolhe (FQA) foi instituído em 2013 pela então prefeita Teresa Surita, na lei nº 1.545, com a missão de garantir o desenvolvimento integral das crianças a partir de ações intersetoriais para primeira infância e seus cuidadores, com especial atenção para gestantes e puérperas.
“Costumamos dizer que existe um antes e um depois do Programa Família que Acolhe”, explica Andréia Neres, secretária municipal de projetos especiais. “O programa conseguiu contextualizar a importância da primeira infância para toda a gestão, e isso reverberou na sociedade e nos espaços públicos. Se você falar sobre primeira infância em qualquer lugar da cidade, hoje a população tem entendimento do quanto é importante o cuidado nesta fase da vida.”

Boa Vista é uma cidade de formação recente, com 131 anos de idade. Com malha urbana planejada, a formação de suas ruas é radial, convergindo para o centro da cidade. “É uma cidade horizontalizada, praticamente não temos construções verticais. A densidade demográfica é muito baixa, o que permite que as pessoas tenham acesso ao centro com mais facilidade do que outros centros urbanos”, detalha Leonardo Paradela, presidente da Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (EMHUR).
Embora o planejamento urbano da cidade já incentive a mobilidade pedestal e a fruição de espaços da natureza, a consolidação do Programa Família que Acolhe (FQA) gerou uma transformação vital: a perspectiva das crianças sobre os espaços ganhou lugar e alterou a forma como praças e ruas são pensadas.
“A partir da inclusão da cidade na Rede Urban95, agregamos novos conceitos no urbanismo para fazer a criança usufruir do espaço público, interagindo e crescendo nele. Além das praças, implementamos caminhos da primeira infância, para que crianças e seus cuidadores percorram trajetos arborizados e lúdicos”, relata Leonardo.
Conheças estas e outras iniciativas que conferem à Boa Vista o título de capital brasileira da primeira infância: Programa Família que Acolhe (FQA): O programa intersetorial principia a mudança de paradigma sobre primeira infância na cidade. As famílias beneficiárias são convidadas a participar de momentos formativos sobre cuidados na primeira infância, e também recebem uma série de benefícios, como o enxoval e garantia de vagas nas Casas Mãe. O atendimento acontece tanto em grupos – os chamados Grupos FQA – como também em domicílio. Embora no início do programa os serviços tenham se concentrado na sede, nos últimos anos equipamentos de assistência social, saúde e educação também realizam atendimento, primando pela descentralização e pela intersetorialidade da política pública. Os cuidadores têm à sua disposição uma teia de atendimentos de saúde, como acompanhamento psicológico, ortodontia e outras áreas.
1º Encontro Urban95 Brasil. Nos dias 17 e 18 de maio, representantes das 24 cidades que compõem a rede terão a oportunidade de conhecer de perto estes e outros programas e serviços de Boa Vista durante o 1º Encontro Urban95 Brasil. Toda a visita poderá ser acompanhada em tempo real pelo Instagram da rede Urban95. Acesse: @Urban95br