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10.07.2025

Programa Família que Acolhe, em Boa Vista

Criado em 2013, o Programa Família que Acolhe (FqA), em Boa Vista (RR), oferece suporte abrangente a gestantes, cuidadores, puérperas e crianças, desde a gestação até os seis anos de vida, promovendo o desenvolvimento integral das crianças e o fortalecimento dos vínculos entre elas e seus cuidadores. O FqA é institucionalizado por lei e tem como público-alvo prioritário as famílias em situação de vulnerabilidade social.

Desde sua criação, o FqA já acompanhou mais de 26 mil famílias e 30 mil gestações. Em 2024, cerca de 8 mil mães tinham cadastro ativo.

Universidade do bebê

Uma das bases do Família que Acolhe é a Universidade do Bebê (UBB). A instituição funciona como uma espécie de escola de parentalidade, onde pais, mães e familiares participam de um ciclo formativo com aulas para cada fase da gravidez e da vida da criança, até os dois anos de idade.

As oficinas e rodas de conversa acontecem a cada quinze dias e abordam temas sobre parentalidade positiva, desenvolvimento saudável do bebê e fortalecimento de vínculos. Os cuidadores recebem informações sobre como impulsionar o desenvolvimento infantil e trocam experiências com outras famílias. Um dos focos é o estímulo à participação de homens.

As famílias que participam das aulas recebem benefícios como um enxoval com roupas, produtos de higiene, bolsa de maternidade, banheira, fraldas, cesta básica e asseguram o recebimento de leite mensal para crianças com mais de um ano de idade, além de vagas nas creches municipais de Boa Vista.

“Temos uma parceria muito forte com a Secretaria de Educação. Depois que as crianças vão para a creche, nós também fazemos encontros com os pais, nas escolas, onde falamos sobre parentalidade, vínculo e afeto”, conta Andréia Neres, secretária de Projetos Especiais.

Intersetorialidade: as responsabilidades de cada secretaria

  • Secretaria Municipal de Projetos Especiais
    Coordena e monitora todas as atividades do programa.
  • Secretaria Municipal de Saúde
    Executa os atendimentos de saúde previstos no programa, realiza os encontros de gestantes nas UBSs, as atividades do Spa Baby, as ações na Semana do Bebê e promove ações de sensibilização por meio das equipes de Saúde da Família para que as famílias participem do FqA.
  • Secretaria Municipal de Gestão Social
    Realiza os atendimentos sociais para o público-alvo do programa nos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) e promove ações de sensibilização para a participação das famílias no FqA por meio das equipes de atendimento dos CRAS.
  • Secretaria Municipal de Educação e Cultura
    Opera o atendimento das Casas Mãe, realiza ações na Semana do Bebê e iniciativas de promoção da parentalidade positiva com as famílias das crianças que estão nas creches.
  • Secretaria Municipal de Tecnologia e Inclusão Digital
    Desenvolve e aprimora sistemas integrados de dados para fornecer subsídios para tomadas de decisão que facilitem o atendimento do público do programa.
  • Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional
    Prioriza a emissão de títulos definitivos para as famílias que possuem crianças na faixa etária de primeira infância e auxilia na construção de ações e políticas públicas que estabeleçam espaços para as crianças na cidade.
  • Secretaria Municipal de Economia, Planejamento e Finanças
    Assegura os recursos e estabelece metas e possibilidades de expansão.
  • Secretaria Municipal de Comunicação
    Estabelece e implementa a política de comunicação do programa, assegurando que todas as pastas estejam alinhadas com as estratégias.

Descentralização

Desde sua criação, os encontros do Família que Acolhe aconteciam apenas em sua sede, na zona oeste da capital roraimense. Isso dificultava o deslocamento de muitas famílias e prejudicava a expansão do atendimento. A partir de 2017, o programa passou a apostar na descentralização. Para que isso acontecesse de forma sustentável, o serviço se conectou a equipamentos públicos já existentes, como os Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) e as Unidades Básicas de Saúde (UBS).

As atividades quinzenais na sede do FqA passaram a acontecer também nos CRAS, o que ampliou o acesso e permitiu uma interação mais próxima e personalizada com os bebês, crianças e seus cuidadores. Já o atendimento nas UBSs — que oferecem serviços como consultas com pediatras, psicólogos, odontopediatras, de planejamento familiar, puericultura e exames clínicos e laboratoriais, além de vacina e farmácia — foi fortalecido através de capacitações dos profissionais para melhorar o acolhimento da primeira infância nesses equipamentos. “Temos nos aproximado da população com o desafio de levar a mesma qualidade, os mesmos controles e formas de atendimento da sede para esses locais”, explica Andréia.

Outra evolução do FqA tem sido a modernização de sua gestão. Por meio de uma parceria com o Centro de Ciência, Tecnologia e Inovação (CCTI), o programa tem investido na coleta e sistematização de dados das infâncias em Boa Vista. Isso permite aprimorar os serviços e melhorar os resultados de suas políticas.

Família que Acolhe

Tempo de atuação: Desde 2013.

Objetivo: Promover o desenvolvimento integral das crianças e fortalecer os vínculos entre elas e seus cuidadores, oferecendo suporte a gestantes, puérperas, cuidadores, bebês e crianças pequenas, desde a gravidez até os seis anos de idade.

Público-alvo: Gestantes, pais, bebês, crianças pequenas até os seis anos, familiares e cuidadores em geral.
Secretarias envolvidas: Secretaria de Projetos Especiais, de Saúde, de Gestão Social, Educação e Cultura, de Tecnologia e Inclusão Digital, de Economia, Planejamento e Finanças, de Comunicação e Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional.

Etapas percorridas: 1. Institucionalização do programa: orçamento, legislação e determinação do público-alvo > 2. Definição da governança do programa > 3. Articulação intersetorial > 4. Definição do corpo profissional > 5. Currículo e materiais norteadores > 6. Formação e supervisão > 7. Implementação do programa inicialmente em uma unidade exclusiva > 8. Descentralização do programa, com a implementação em outros equipamentos públicos > 9. Avaliação e monitoramento.