Bebetecas são espaços de fortalecimento de vínculo entre famílias e entre adultos e crianças, por meio do brincar livre, da leitura e da literatura. No dia 29 de novembro, parceiros técnicos e as 27 cidades da Rede Urban95 se reuniram no webinar Bebetecas: espaços de desenvolvimento para a primeiríssima infância para conversar sobre modelos de bebeteca, possibilidades de atividade e a importância da leitura nos primeiros anos de vida.
Trazendo exemplos de bebetecas em centros de referência social em Cascavel (PR) e também em espaços educativos de São Paulo (SP), Ana Maria Bastos, do Instituto Descobrir Brincando, iniciou a conversa, conceituando bebetecas como lugares cujo mobiliário, brinquedos e livros servem para estreitar vínculos entre adulto e criança, o que é fundamental para o desenvolvimento integral da criança. Sessões de brincar livre, rodas de conversa com cuidadores e contação de histórias são algumas possíveis atividades que ativam as bebetecas.
Para fazer sentido para a comunidade, as bebetecas devem trazer elementos que dialoguem com o território e com a cultura local. Tiago Brito, do Estúdio +1, detalhou a iniciativa da bebeteca itinerante de Crato (CE). Com mobiliário de baixo custo, adaptável para diferentes equipamentos e espaços públicos, a bebeteca traz brinquedos, texturas, mobiliários e livros que recuperam brincadeiras tradicionais ou elementos da cultura cearense.
Maria Cecília Lins e Lia Olívia, diretora e vice-diretora do Instituto Pró-Saber, que trabalha educação integral no bairro de Paraisópolis, em São Paulo (SP), defenderam e trouxeram exemplos de como construir um acervo literário diverso nas bebetecas é fundamental para o letramento sadio da criança e para a ampliação do repertório de mundo, tanto do bebê quanto dos cuidadores.
4 dicas para a formação de acervo literário para a primeira infância
1) Ofereça livros com diferentes temáticas, gêneros, estilos, projetos gráficos, autoras e autores, ilustradoras e ilustradores, além de materiais que incentivem as crianças a dialogar com as histórias, por meio de conversas e brincadeiras.
2) Selecione histórias que provoquem emoções e expressões faciais. A narrativa pode ter pontos surpreendentes e intrigantes, bem como cores e formas interessantes. Uma dica de ouro: um livro que o adulto acha chato provavelmente não conquistará o bebê.
3) Não se restrinja a livros de pano, de plástico, emborrachados ou cartonados, considerados mais duráveis. Um bom projeto gráfico e uma boa combinação entre palavras, design, ilustrações ricas e material são sempre importantes em livros para qualquer idade.
4) Prepare o espaço de mediação de leitura para que as crianças possam se movimentar e se sintam confortáveis e convidadas a explorar o acervo, com os livros dispostos da forma mais acessível possível. Uma sugestão é colocá-los no piso, no centro da sala, sobre tapetes. Ou sobre cangas e esteiras, na grama, ao ar livre.
Essas e outras dicas fazem parte da publicação Projetos de Leitura para a Primeira Infância, do Balaio de Livros, projeto do CECIP que forma mediadores de leitura em equipamentos públicos.
Assista o webinar na íntegra:
*Foto de capa: Bebeteca no CCI Morumbi, em Cascavel (PR). Foto por Paulo Edison.