A Rede Urban95 Brasil se uniu às dezenas de movimentos da sociedade civil e artistas para uma manifestação que ocorreu nesta quarta-feira (9), em Brasília, em frente ao Congresso Nacional.
O “Ato pela Terra” buscou pressionar as autoridades contra a aprovação de um pacote de projetos de leis responsáveis por impactar direta e irreversivelmente a Amazônia, os direitos humanos, o clima e a segurança pública. Participaram artistas como Caetano Veloso, Maria Gadú, Seu Jorge, Nando Reis, Bela Gil, Christiane Torloni, Letícia Sabatella, Bruno Gagliasso, Lázaro Ramos e Natiruts.
O Instituto Alana, parceiro da Rede Urban95 Brasil, participa do evento com a campanha global “Livre para Brincar lá Fora”, que procura conscientizar sobre os impactos negativos da poluição do ar, que afeta especialmente a saúde e o desenvolvimento de crianças e adolescentes. Para simbolizar esse inimigo invisível que, no Brasil, é em parte advindo das queimadas, uma bolha cinza gigante foi instalada na frente do Congresso Nacional.
“As crianças são as mais afetadas pela poluição, seja pela convivência com veículos motorizados, indústrias poluidoras ou queimadas. Garantir que a floresta permaneça de pé é proteger o direito ao ar puro para as crianças e qualidade de vida para todos nós”, defende Cláudia Vidigal, representante da Fundação Bernard van Leer no Brasil.
Alguns dados relevantes que justificam a participação das organizações que atuam com o tema da infância no Ato pela Terra:
- O ar poluído é responsável pela morte de pelo menos 600 crianças menores de 5 anos a cada ano em nosso país, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
- No mundo, hoje, 93% das crianças respiram ar com níveis de poluição acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde, o que faz da poluição do ar a segunda maior ameaça à saúde pública após o Covid-19. Também segundo a OMS, a poluição mata meio milhão de crianças de até 5 anos no mundo.
- As crianças respiram mais vezes por minuto do que um adulto, inalando poluentes que provocam asma, complicações pulmonares e danos ao desenvolvimento físico e cognitivo ao longo da vida. Há, ainda, evidências de que a exposição de gestantes e bebês à poluição eleva o percentual de morte fetal e o risco de mortalidade infantil.
- Não existe vacina para evitar os problemas decorrentes da poluição do ar, como parto prematuro, baixo peso ao nascer, asma, complicações pulmonares e problemas no desenvolvimento físico e cognitivo.
- A maior parte das cidades brasileiras sequer têm um sistema para medir a poluição do ar, ou políticas públicas eficazes para mitigá-la.