Bebês estão levando as famílias para as bibliotecas de Recife (PE). Os novos espaços conhecidos como ‘Bebetecas’ são uma iniciativa da Prefeitura da capital pernambucana e propõem o fortalecimento da conexão entre cuidadores e suas crianças, além de oferecer estímulos e cuidado aos pequenos.
O novo equipamento integra a rede Compaz (Centro Comunitário da Paz) e reforça a importância de espaços que acolham os propósitos dos pequenos de até seis anos, em consonância com o eixo central do Projeto Primeiro a Infância, um projeto da Agência Recife para Inovação e Estratégia (ARIES) através do financiamento da Fundação Bernard van Leer.
Ana Maria Bastos, empreendedora social e fundadora da Descobrir Brincando, empresa parceira do Projeto Primeiro a Infância, afirma que a bebeteca é um lugar para estimular a criatividade e a curiosidade infantil, com autonomia, facilitando que o adulto cuidador consiga enxergar esses processos. A iniciativa do projeto veio da necessidade de criar um espaço acolhedor para a pequena infância usando a estrutura dos Compaz da capital pernambucana e de suas bibliotecas, considerando as necessidades específicas das crianças.
O projeto parte do princípio de que, para desenvolver as potencialidades das crianças, é necessário construir uma relação saudável, segura e estável entre ela e o adulto cuidador. Para tanto, houve investimento tanto no projeto do espaço físico das bebetecas como no treinamento dos colaboradores. Ana Maria Bastos explica que as mediadoras treinadas vão funcionar como ponte para exercitar o olhar do cuidador para as atividades das crianças.
Além disso, também é importante a organização do local, com materiais, equipamentos e brinquedos que potencializam as iniciativas das crianças. “A gente fala que é o espaço do ‘sim’, foi tudo intencionalmente planejado”, diz Ana Maria.
Atualmente, as bebetecas estão junto às bibliotecas dos Compaz Eduardo Campos, Ariano Suassuna e Dom Helder, segundo Deborah Echeverria, gerente de planejamento e articulação da Rede de Bibliotecas pela Paz da Prefeitura do Recife. “Vamos fazer grupos com atividades permanentes, com atividades específicas, uma vez por semana, durante o semestre todo. Vamos abrir turmas divididas entre os bebês que não andam e as crianças que já andam”, detalha.
Deborah Echeverria explica ainda:”A ideia é que esses espaços sejam exclusivos para crianças e seus cuidadores, para privilegiar a família e a criança. é um espaço pedagógico, educativo, até mais para os pais do que para as crianças. Para que entendam a importância desse estímulo nos primeiros anos de vida. É um aprendizado que muita gente ainda não tem e vimos essa oportunidade nas bibliotecas do Compaz.”
As primeiras turmas devem começar já em abril ou maio, após uma intensa formação para os educadores, com foco para crianças de 0 a 4. É um projeto piloto que deve durar 3 meses. Depois disso o atendimento será ampliado: “Queremos potencializar essa ação. Temos uma parceria muito forte com o programa Mãe Coruja, que já trabalha com esse público, oferece atenção às gestantes e acompanha até as crianças completarem 6 anos de idade. Essa parceria é fundamental para um trabalho integrado”, complementa Deborah.