Todos os dias, gestantes, cuidadores, puérperas e crianças de Boa Vista (RR) frequentam os serviços do programa Família que Acolhe (FQA). Em espaços como a Universidade do Bebê ou em outros equipamentos que aplicam a política pública, essas famílias aprendem e compartilham experiências sobre cuidados na primeira infância.
O programa, referência no Brasil e no mundo, foi tema do webinar “Conhecendo o Programa Família que Acolhe (FQA) – Apoio às famílias desde a gestação”, que aconteceu no dia 27 de abril e reuniu representantes das 24 cidades da Rede Urban95.
Andréia Neres, secretária municipal de projetos especiais, compartilhou como o programa tem evoluído sua metodologia ao longo dos oito anos de funcionamento, se adaptando às diferentes realidades de quase 8 mil beneficiários: “O Família que Acolhe tem por objetivo promover o desenvolvimento integral das crianças e o fortalecimento dos vínculos, entre elas e os cuidadores, em um ambiente saudável e de interações positivas. O público alvo é a criança e a sua rede de cuidadores, desde a gestação até os 6 anos de vida.”
A adesão de mães – e por extensão, a rede de cuidadores – ao programa estabelece o início de uma trajetória de cuidados. Se elas tiverem uma frequência satisfatória nas atividades e serviços propostos ao longo dos dois primeiros anos de programa, elas recebem inúmeros benefícios, como o enxoval, e também asseguram vagas nas Casas Mães, creches municipais diferenciadas.
Descentralização e tecnologia para aprimorar os serviços
O Programa Família que Acolhe (FQA) tem uma trajetória de adequação dos serviços às realidades do território. Ele fornece dois tipos de atendimento: um deles são os grupos FQA, que realizam encontros quinzenais na sede ou em equipamentos espalhados pelo território; para as famílias que não conseguem comparecer presencialmente, é oferecida a oportunidade de visita domiciliar.
“O nosso público de entrada são as gestantes. Estimulamos que a entrada seja o mais cedo possível, para fazer uma avaliação e o encaminhamento para os grupos ou para a visitação familiar”, complementa Andréia. A prioridade é sempre encaminhar para os encontros grupais, pois em espaços como a Universidade do Bebê, mães, puérperas e cuidadores podem trocar experiências e contar com uma rede de profissionais.
Um dos esforços do programa tem sido a descentralização dos serviços. Embora a sede no bairro Pintolândia continue a ser um referencial de qualidade, seis Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) pela cidade também ofertam o programa. A capilarização visa a aumentar o alcance da política, facilitar deslocamentos e também influenciar ações para a primeira infância já desenvolvidas nos centros.
Para garantir o monitoramento do programa, o FQA mantém uma parceria perene com o Centro de Ciência, Tecnologia e Inovação (CCTI) para coletar e sistematizar dados das infâncias em Boa Vista. Os indicadores coletados ajudam a aprimorar os serviços ofertados pelo programa e a mensurar resultados das políticas adotadas.
Assista ao webinar: Conhecendo o Programa Família que Acolhe (FQA) – Apoio às famílias desde a gestação.