Construir cidades para bebês e crianças

O planejamento das cidades, tradicionalmente, é feito com base no que as pessoas adultas precisam, seus deslocamentos cotidianos e os serviços que mais utilizam. Porém, isso faz com que uma parte integrante e fundamental da sociedade seja deixada de lado: os bebês e as crianças. 

Para resolver esse problema, é possível pensar na construção de estruturas que também contemplem a perspectiva das crianças e dos bebês em cidades. Isso ajuda em diversos aspectos, como planejamento, proximidade, segurança, higiene, entre outros. Acompanhe!

Planejamento 

Uma cidade que considera bebês e crianças pequenas em seu planejamento contribui para o seu desenvolvimento integral e auxilia seus cuidadores. Um planejamento focado na melhor utilização possível dos serviços, por exemplo, ajuda os pais a estarem mais seguros com seus filhos. Para isso, é possível investir em iluminação, calçadas adequadas, árvores que façam sombras, bancos para descansar, banheiros, entre outros.

Outro ponto importante são os espaços públicos para brincar. Crianças que têm acesso a esses espaços junto com seus tutores acabam tendo mais conexões cerebrais que possibilitam um melhor desenvolvimento cognitivo, motor e até mesmo nas habilidades socioemocionais.

Também podemos citar as questões ligadas à saúde mental dos cuidadores. É preciso combater problemas como depressão, ansiedade, entre outros. Isso deve estar considerado no planejamento das cidades, pois filhos de cuidadores com problemas de saúde mental podem ter o seu desenvolvimento atrasado ou prejudicado na primeira infância.

Proximidade 

Caminhar de forma segura e ágil pode ajudar muito as crianças e os cuidadores de uma cidade. Pensando nisso, existem iniciativas como o “bairro de 15 minutos”, difundido pela Urban95. A partir desse conceito de bairro, as crianças e bebês em cidades, acompanhadas de seus cuidadores, podem chegar aos serviços mais importantes em até 15 minutos andando a pé e de forma segura.

A rapidez da chegada a serviços importantes ajuda os pais a terem mais mobilidade no bairro. Ao mesmo tempo, facilita a busca por serviços de saúde, farmácias, supermercados, escolas, entre outros.

Lugar seguro, limpo e interessante

Um lugar seguro é aquele que contempla medidas que protegem todas as pessoas. Para que isso seja possível, podemos pensar em um princípio universal: “Se é seguro para os bebês, é seguro para todas as outras pessoas”. 

Por isso, é muito válido pensar em uma cidade planejada para crianças e bebês, especialmente no que tange ao design. Lugares públicos na cidade devem ser seguros, limpos e interessantes para bebês e crianças. Se isso for alcançado, muito provavelmente os adultos e idosos vão achar a mesma coisa.

Desafios

Os desafios das crianças e dos bebês em cidades podem ser mensurados em aspectos, como escalabilidade, planejamento financeiro, execução eficiente, entre outros problemas que podem ser aprimorados por uma gestão pública atenta à diversidade da população.

Além disso, também existem desafios municipais que devem ser combatidos com políticas públicas diretas e ações governamentais. Esses desafios são: a falta de espaços seguros e agradáveis para as pessoas, pouca segurança viária e o acesso reduzido a serviços de saúde e creches. 

Conheça a Urban95

A Urban95 é focada em trazer soluções sustentáveis, seguras e eficazes para cidades de todo o país. A iniciativa faz parte da Fundação Bernard Van Leer, que busca incluir a perspectiva das necessidades de bebês, crianças pequenas e cuidadores no planejamento urbano dos municípios. Entre no site da Urban95 e saiba mais!

Foto de capa: Praça da Infância em Recife (PE) / Crédito: Prefeitura de Recife.