Mil mães, pais e responsáveis por crianças brasileiras de 0 a 12 anos, foram entrevistados para a pesquisa “O papel da natureza para a saúde das crianças no pós-pandemia”, sobre os impactos do afastamento repentino que sofremos da natureza. O levantamento propõe um olhar sobre as crianças que vivem em centros urbanos e a urgência de retornarmos ao verde.
Como parte da Campanha É hora de Natureza, o estudo inédito foi idealizado pelo programa Criança e Natureza, do Instituto Alana, em parceria com a Fundação Bernard Van Leer e o WWF-Brasil. A execução foi da Rede Conhecimento Social, com uma abordagem quantitativa, via questionário, e outra qualitativa, com 10 famílias.
Para os cuidadores os impactos positivos do contato com a natureza são claros, com 75% das famílias afirmando que querem aumentar o contato com a natureza no pós-pandemia, levando as crianças mais vezes para praças e parques, já que perceberam que isso as ajudou a atravessar a pandemia com mais saúde e bem-estar.
Se antes da pandemia, cerca de 70% das crianças tinham a oportunidade de brincar ao ar livre até uma vez por semana, esse número cai para 45%, com efeitos diretos sobre os pequenos. 81% das famílias percebeu efeitos positivos do contato com a natureza para que as crianças passassem pela pandemia com mais saúde e bem-estar.
A Campanha É hora de Natureza também publicou um Manifesto pela pelo contato das crianças com a natureza, áreas de lazer verdes e que promovam o desenvolvimento integral dos pequenos, a saúde, o bem-estar e a vida comunitária.
Veja mais detalhes da pesquisa e acesse aos dados completos.
É Hora de Natureza
Acreditamos que É hora de Natureza porque:
É na Natureza – um remédio sem efeitos colaterais – que poderemos contribuir para a recuperação da saúde e bem estar das crianças e adolescentes que já estavam confinados, sobretudo nas grandes cidades.
É na Natureza e a céu aberto que o brincar livre, principal forma de expressão das crianças, pode acontecer sem pressões consumistas, fomentando a criatividade, a iniciativa, a autoconfiança, a capacidade de escolha e de decisão.
É na Natureza que podemos amenizar as consequências do sedentarismo e da obesidade infantil, incluindo seus desdobramentos, como baixa motricidade – falta de equilíbrio, agilidade e habilidade física – e retrocessos nas expressões oral e corporal.
É na Natureza que temos grandes chances de diminuir o estresse, prevenir problemas como depressão e ansiedade, melhorar a qualidade do sono e da visão, além do medo do contato social, e organizar a retomada da socialização e da valorização da vida.
É na Natureza que o desemparedamento da infância nas escolas se dá em sua maior potência, por meio de aulas, atividades e brincadeiras ao ar livre, nos espaços abertos das escolas ou em territórios educativos como praças, parques e ruas.
É na Natureza que fortalecemos e valorizamos as áreas verdes públicas como lugares de convívio, saúde e bem estar e fomentamos o acesso a elas e a todos os seus benefícios para toda a população.
É na Natureza que a participação social de crianças, adolescentes e jovens ganha força na definição do planejamento urbano de espaços de circulação e permanência como modo de cidadania ativa.
É na Natureza que podemos contrabalançar os impactos da exposição à tecnologia na vida de crianças e adolescentes, tão amplificados durante a pandemia.
É na Natureza que pulsa o alerta de que precisamos incluir o valor real dos serviços ecossistêmicos nos planos de reestruturação econômica pós-pandemia, estabelecer padrões de produção e consumo que respeitem os recursos finitos do planeta e respondam à emergência climática.
É na Natureza que a criança desenvolve afinidade a ela, aprecia e zela pelo mundo à sua volta porque o respeita e o reconhece como seu ambiente de pertencimento.