A arte pode ajudar a tornar o trânsito mais seguro para as crianças? A Prefeitura de Niterói (RJ) apostou que sim e, com esse propósito, criou a iniciativa Arte na Faixa, como parte das ações do programa Maio Amarelo.
Investindo em elementos lúdicos e interativos, o objetivo foi chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito e incentivar campanhas para diminuir o número de acidentes e preservar vidas. Isso principalmente no contexto da primeira infância, segunda faixa etária em número de mortes no trânsito no Brasil e no mundo.
A coordenadora do departamento de educação para o trânsito da Niterói Transporte e Trânsito (Nittrans), Priscilla Rocha, conta que a ideia era, com pinturas feitas por artistas locais, tornar as faixas mais chamativas para estimular as crianças a atravessar as ruas com segurança: “Sempre podemos escrever a história, inclusive a legislação de trânsito. Eu queria mostrar que é possível fazer com que as crianças se atentem para a faixa, a respeitem e ensinem os conceitos de segurança no trânsito para as famílias”.
O Arte na Faixa, feito pela Nittrans com apoio da rede Urban95, consistia em intervenções artísticas pintadas nas faixas de pedestres em diversos pontos da cidade. Esta é mais uma etapa de estudos e testes que irão colaborar com as Rotas Caminháveis da infância. “Contemplar uma faixa de pedestres perto de quatro unidades escolares, que abrangem a primeira infância, é fundamental para ensinar educação para o trânsito”, disse Priscilla.
Os artistas explicaram seus métodos ao pintar as faixas. Marcelo Melo utilizou uma tinta especial asfáltica, dando um efeito 3D e gerando a sensação de flutuar sob os pés de quem atravessa. O artista Iori Grafitti usou palavras como respeito, amor e cuidado, necessárias para a vida e para o trânsito.
E o resultado desse esforço foi imediato, comemora Priscilla Rocha: “Todos os retornos foram muito positivos. As crianças passaram a querer atravessar na faixa porque gostaram da interação, é um processo extremamente lúdico. Além disso, o impacto extrapolou o público infantil, foi benéfico para toda a comunidade. Conseguimos dar uma nova vida às faixas sem desrespeitar a legislação”.