O jogo como ferramenta: boas práticas urbanísticas para a primeira infância brasileira

Respondendo a pergunta “Se você pudesse vivenciar uma cidade a partir da altura de uma criança de três anos, o que mudaria?”, o grupo Lila Coletiva cria materiais e projetos que propõem estratégias e ferramentas direcionadas ao desenvolvimento de desenhos urbanos e ações comunitárias para a primeira infância.

O “Caderno de Ferramentas: soluções para de primeira infância em espaços públicos e modos ativos de deslocamento em Aracaju”, é resultado do chamamento feito em fevereiro de 2021 pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e pela Fundação Bernard van Leer. A metodologia serviu de base para outra publicação que acaba de surgir: “O Jogo como ferramenta: boas práticas urbanísticas para a primeira infância brasileira”. Ele nasce do desejo de aproximar tanto a administração pública quanto a sociedade civil dos desafios que enfrentamos nas cidades de maneira lúdica e de fácil entendimento.

A proposta de jogo parte de soluções de desenho urbano baseadas em normas e conhecimento técnico, experiências empíricas vivenciadas no contexto brasileiro e das diretivas do Manifesto Urban 95 para a Primeira Infância, acreditando que a reunião desses diferentes eixos contribuirá para o estabelecimento de soluções que guiarão decisões próximas às diferentes realidades brasileiras.

“Um jogo pode ser feito com cartas, dados coletados, estratégias, decisões, associações, tabuleiros, peças, corpo, entre outros elementos, mas ao ser codificado por um conjunto de regras, adquire um modo operacional de ação, um objetivo a cumprir e um tipo de relação entre os jogadores. São práticas especializadas que podem ser conectadas e realizadas em uma mesa, em uma casa ou em uma calçada”, exemplifica o grupo na apresentação.

A ideia de criar um jogo veio com a proposta de construir uma ferramenta de linguagem de compreensão universal em que acadêmicos, técnicos, gestores públicos e a população consigam dialogar com o mesmo instrumento.

“O jogo surge como um artefato que possibilita compartilhar os variados desejos, anseios e necessidades para a cidade, associando-os a possíveis soluções. Não existe vencedor!”, afirmam. A ação do jogo é ativar diversos sujeitos a construírem, durante a associação de cartas, possibilidades de cenários urbanos.

Em um evento online no canal do IAB, o arquiteto Igor Miranda contou sobre o processo de trabalho e apresentou o material que estará disponível para download em breve.

Assista ao vídeo:

A Coletiva Lilla e a busca por territórios inclusivos

Fundada em 2020, a Lila Coletiva é formada por uma equipe multidisciplinar que conta com vários profissionais do nordeste brasileiro.

A premissa do grupo é aproximar a sociedade civil e a gestão pública das questões urbanas, facilitando seu entendimento, ampliando o debate e contribuindo para a formação de territórios cada vez mais inclusivos.