Programa Florescer, em Teresina, atende mulheres em vulnerabilidade social e vítimas de violência e dá atenção especial às crianças dessas famílias

Cinco espaços dedicados a atender integralmente a mulheres e suas crianças em situação de vulnerabilidade social e expostas a violência doméstica e de gênero. Esse é o propósito do projeto Florescer, uma iniciativa da Prefeitura de Teresina (PI), iniciado em 2021.

A capital do Piauí faz parte do grupo de 24 municípios que integram a Rede Urban95 e o Florescer foi construído nesse contexto. O programa faz parte da rede de apoio a políticas para mulheres da prefeitura da capital do Piauí, e tem entre seus objetivos fortalecer o desenvolvimento da autonomia e autoestima das mulheres atendidas, numa perspectiva de igualdade de gênero.

O Florescer procura articular políticas públicas nos setores de saúde, educação, assistência social e qualificação profissional (Crédito: Prefeitura de Teresina)

O projeto contempla toda a família, oferecendo  acompanhamento às crianças, capacitação e atendimento psicológico às mulheres e também acolhendo os parceiros delas por meio de palestras e encontros educativos.

O Florescer procura articular políticas públicas nos setores de saúde, educação, assistência social e qualificação profissional, numa tentativa de gerar o empoderamento e a autonomia financeira das mulheres atendidas. Entre os cursos de capacitação oferecidos estão manicure e pedicure, balconista de farmácias e atendimento.

“Nosso trabalho não é isolado. Realizamos uma série de projetos em parceria com outras secretarias, certamente teremos uma grande repercussão social. Aqui temos muitas famílias abaixo da linha da pobreza, grande parte delas chefiadas por mulheres, e muitas estão à margem dos serviços públicos, instituições de ensino e mercado de trabalho”, diz Kárita Allen, secretária executiva de Planejamento Estratégico e Gestão da prefeitura de Teresina.

Ações para a primeira infância

O Florescer já se tornou um símbolo no atendimento às mulheres que vivenciam situações de vulnerabilidade social e violência doméstica e de gênero. Mas é no olhar para as crianças que vivem nessas famílias que o programa se volta para o cuidado com as próximas gerações, com um planejamento de longo prazo.

Para Kárita, o Florescer é uma “porta para reforço” de ações para a primeira infância. “Ele vai sanar uma lacuna que se percebeu ser muito forte na cidade – apoiar os filhos menores dessas mulheres. Elas não têm onde deixar os filhos, precisam de apoio no contraturno da escola”, justifica.

Às mais de 400 crianças entre 1 anos e 2 anos e 11 meses alcançadas pelo projeto, são oferecidas ações recreativas e lúdicas e brincadeiras. Ao completar 3 anos, elas são encaminhadas a escolas municipais de ensino infantil.

“Sempre nos referenciamos nas boas práticas de outras cidades. Boas práticas na gestão municipal nos inspiram o tempo todo. Na viagem que fizemos a Jundiaí (SP), por exemplo, tivemos a oportunidade de aprender com um sistema de educação que já vem dando certo, e nosso objetivo é fazer com que esse método seja inspiração para o desenvolvimento de melhorias dentro do nosso município. Por outro lado, o Florescer também pretende inspirar outras cidades”, afirma Kárita. E conclui: “Estamos expandindo o serviço na própria capital, mas sabemos que a realidade é nacional – mulheres que sofrem violência e que precisam de apoio para filhos pequenos.