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14.02.2022
A primeira infância e a desigualdade social
A experiência de São Paulo no olhar para as desigualdades na primeira infância
Sabemos que, para garantir que nossos bebês e crianças pequenas atinjam seu pleno potencial de desenvolvimento, é preciso investir em políticas sólidas e intervenções durante os seus primeiros anos de vida. Como um momento crucial para o desenvolvimento infantil, a primeira infância traz necessidades muito específicas e, quando privada dessas demandas, pode ter comprometimentos de longo prazo.
Em São Paulo, chega a variar em 53 vezes o tempo que uma família tem que esperar para conseguir uma vaga em creche pública. Essa diferença depende do bairro onde vivem as crianças, sendo a República o distrito de melhor valor, e Marsilac, no extremo sul da capital paulista, o pior. Por lá, a demora para ser matriculada em uma creche próxima de sua casa passa dos quatro meses de espera.
Esses são dados do Mapa da Desigualdade 2021, lançado pela Rede Nossa São Paulo com comparativos da cidade. O mapeamento ajuda a visualizar os melhores e piores bairros para ser um bebê, criança pequena e cuidador na cidade, ou seja, um retrato da desigualdade na primeira infância. Em 2020 foi desenvolvido o Mapa da Desigualdade da Primeira Infância, que buscava levantar os piores e os melhores distritos da cidade para as crianças viverem. Com indicadores temáticos, permitiu um zoom nas diferenças territoriais que marcam a capital.
Outros dados do levantamento apontam desigualdades sistêmicas no acesso aos serviços de saúde, educação, cultura, oportunidades de emprego e transporte de qualidade. Ao mesmo tempo, os dez distritos com mais favelas na cidade reúnem mais de 20% da população infantil – e, onde há mais crianças na primeira infância, a renda média familiar mensal está abaixo da média geral da cidade.