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10.09.2021
“As mudanças climáticas são uma emergência médica com efeitos sentidos pelos mais pobres”
A sessão de encerramento do Urban95 Convening Brasil recebeu gestores públicos e técnicos de diversas cidades para conhecerem as iniciativas brasileiras de combate à poluição que já estão pensando sobre a pauta do ar limpo para bebês e crianças. A edição de 2021 contou com dois dias de debates, 8 e 10 de setembro, integrando as atividades da agenda global da Rede Urban95, que acontecem nos dias 2 e 14 de setembro.
Com a intenção de ouvir aqueles que estão executando políticas e ações no território, o evento recebeu o presidente da Fundação de Ciência, Tecnologia e Inovação (Citinova) da Prefeitura Municipal de Fortaleza, Luiz Alberto Saboia, Sonia Knauer e Fabiano Pimenta, subsecretário de saúde de Belo Horizonte, e a Dra. Rita de Cássia Nogueira Lima, procuradora do Ministério Público do Acre, que compartilhou a experiência de formação da Rede Estadual de Monitoramento da Qualidade do Ar.
A diretora do Programa de Clima do WRI Brasil, Carolina Genin, abriu a mesa com um panorama sobre “O Estado da Qualidade do Ar no Brasil”, estudo que sistematizou o atual conhecimento que temos sobre o tema no Brasil, com seus desafios e prioridades. “Temos um problema, mas também temos soluções à mão. E nossa primeira recomendação é a criação de uma política nacional, sistêmica e mais robusta de qualidade do ar, que dê conta da complexidade do Brasil”, afirma Carolina.
Conduzido pela WRI junto a diversos parceiros, o projeto reuniu informações sobre as fontes de poluição do ar no Brasil, seus impactos e as formas de controle atualmente e organizou 10 indicações claras para a tomada de decisão em prol do ar limpo. Em conjunto, indica um caminho a ser trilhado pelo país na direção de um ar mais limpo e saudável para bebês, crianças e todos nós.
São elas: o alinhamento aos padrões internacionais; a criação de políticas de incentivo para reduzir assimetrias locais; fortalecimento da ciência de dados e do sistema de monitoramento atmosférico nacional; o alinhamento de políticas nacionais de controle de poluentes atmosféricos; o fortalecimento de sinergias e compatibilização entre políticas de qualidade do ar; a promoção de pesquisas sobre a economia da qualidade do ar e sua interface com a desigualdade socioeconômica no Brasil; desenvolvimento de políticas regionais e nacionais para a gestão de queimadas e a promoção de formas mais equitativas de participação social no tema, com poderes de decisão.
Felipe Cardoso/Urban95 Brasil
Felipe Cardoso/Urban95 Brasil