“A COP26 deve ser a COP das crianças”, disse a diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), Henrietta Fore, antes do início da conferência em novembro de 2021.
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2021 foi a 26ª conferência das partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizada entre 1 e 12 de novembro de 2021 na cidade de Glasgow, na Escócia.
A mudança climática é uma das maiores ameaças aos direitos das crianças que esta geração enfrenta, com 1 bilhão de crianças e adolescentes em risco extremamente alto. O Índice de Risco Climático das Crianças (The Climate Crisis Is a Child Rights Crisis: Introducing the Children’s Climate Risk Index, disponível somente em inglês) apresentado pelo Unicef em 2021 revela que 240 milhões de crianças e adolescentes estão altamente expostos a inundações costeiras; 330 milhões de crianças e adolescentes estão altamente expostos a inundações ribeirinhas; 920 milhões de crianças e adolescentes estão altamente expostos à escassez de água; 1 bilhão de crianças e adolescentes estão altamente expostos a níveis extremamente altos de poluição do ar.
O relatório é o primeiro com análise abrangente do risco climático da perspectiva de uma criança. Ele classifica os países com base na exposição das crianças a choques climáticos e ambientais, como ciclones e ondas de calor, bem como sua vulnerabilidade a esses choques, embasado no acesso a serviços essenciais.
“Pela primeira vez, temos um quadro completo de onde e como as crianças e os adolescentes são vulneráveis às mudanças climáticas, e esse quadro é mais grave do que se pode imaginar. Choques climáticos e ambientais estão minando todo o espectro dos direitos das crianças e dos adolescentes, desde o acesso a ar puro, alimentos e água potável até o direito à educação, à moradia, ser protegido contra a exploração e até mesmo o direito de sobreviver. Praticamente, a vida de cada criança e cada adolescente será afetada”, expôs Henrietta Fore em comunicado oficial.
Em comparação aos adultos, crianças inalam até 50% a mais de ar, considerando seu tamanho e peso, o que aumenta significativamente a dose de poluição respirada. A ingestão desses gases poluentes, todos os dias, também causa danos ao desenvolvimento físico e cognitivo ao longo da vida. Sem a ação necessária para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, crianças e adolescentes continuarão a ser os que mais sofrem.
Durante a COP
O Unicef esteve na COP26 para garantir que a crise climática fosse reconhecida como uma crise aos direitos das crianças, para promover abordagens de diminuição do risco climático para aqueles que são mais vulneráveis e para apoiar a participação de crianças, adolescentes e jovens na tomada de decisões relacionadas ao clima.
Foi também lançada, durante a COP, a campanha global #LivreParaBrincarLaFora (originalmente: #FreeToPlayOutside), com o objetivo de tornar visível a poluição do ar e os impactos negativos para a saúde das crianças e o planeta. A iniciativa foi idealizada pelo programa Criança e Natureza – do Instituto Alana, em parceria com o Parents for Future, movimento de famílias que apoiam os jovens em suas reivindicações para conter a crise climática – e apoiada pela Fundação Bernard van Leer.