O planeta enfrenta crises socioambientais e políticas, em grande medida uma resposta das mudanças climáticas que já estão em curso no planeta. Resultado da atuação humana, suas consequências podem ser sentidas em todo o mundo, mas sabemos que algumas pessoas são mais vulneráveis a suas consequências do que outras.
Quando atingidas por eventos climáticos extremos, as crianças são as que mais facilmente morrem ou sofrem prejuízos em suas condições de vida. Seja por enchentes, secas, queimadas, poluição, tempestades ou outros eventos. As consequências passam pela insegurança alimentar, acesso à serviços e direitos básicos, como água potável. Os efeitos são claros: desnutrição e diarreia, deslocamentos forçados e proliferação de doenças, impactando diretamente o direito à vida, à saúde e um desenvolvimento pleno.
Não apenas as futuras gerações estão ameaçadas. Hoje, 160 milhões de crianças vivem em áreas de secas e outras 500 milhões em zonas de enchentes recorrentes, além das 115 milhões que convivem com ciclones. Para elas é urgente dar condições saudáveis de desenvolvimento para toda essa geração.
São as crianças pequenas as mais afetadas pela emergência climática
Famílias com crianças na primeira infância têm direitos garantidos por lei
Por estarem em um período único do seu desenvolvimento, as crianças com até 6 anos são as mais vulneráveis, tanto social como biologicamente. Com seus sistemas nervoso-cerebral e imunológico ainda em desenvolvimento, se apresentam como vítimas ideais de doenças e violências resultantes de eventos climáticos adversos.
Também são os mais afetados pela poluição ambiental. Seus pulmões têm de 2 a 3x a capacidade de absorção de poluentes por grama de massa corporal. As crianças andam pelas ruas na altura de onde os carros emitem seus gases, o que aumenta também sua expsição.
A OMS estima que 88% das doenças resultantes das mudanças climáticas ocorrem em crianças de até 5 anos e, após eventos climáticos extremos, são mais facilmente atingidas pelo trabalho infantil e exploração sexual.
Desigualdade social e emergência climática
Famílias vulneráveis com crianças pequenas demandam atenção dos gestores e planejadores urbanos
E como em outros temas, as desigualdades se acumulam e andam juntas. As crianças de grupos minoritários, como negros, quilombolas, ribeirinhos e indígenas, também são as mais atingidas pelas alterações climáticas, o racismo ambiental.
Para proteger nossas crianças, e assim o futuro do planeta, é urgente enfrentar os desafios climáticos e socioambientais. Planejar e executar políticas mais efetivas para reduzir as emissões de CO2 e proteger as comunidades é um imperativo para que as crianças na primeira infância sejam menos afetadas pela emergência climática e possam acessar políticas de cuidado e segurança social.