Espaços públicos e natureza

Transformar os espaços físicos existentes em lugares onde as crianças pequenas brinquem sem perigo e explorem a natureza, e para que seus cuidadores se encontrem e descansem.

Até os três anos de idade, nosso cérebro se desenvolve rapidamente e é muito mais sensível a experiências externas e ao ambiente, positiva ou negativamente.

O contato com a natureza ajuda no desenvolvimento saudável de bebês e crianças e também nos níveis de bem-estar da comunidade. Por essa razão, projetar cidades com espaços naturais, ao ar livre, e que encorajem brincadeiras sensoriais e interações sociais seguras é uma preocupação crescente dos planejadores de todo o mundo. Afinal, cidades mais verdes são melhores para todos.

Os cuidadores primários não apenas garantem os cuidados básicos de que uma criança precisa para crescer saudável, mas também fornecem interações humanas calorosas e responsivas das quais o cérebro em desenvolvimento depende para construir conexões neurais. A cidade precisa cuidar também dos cuidadores.

Para que bebês e crianças possam usufruir de ambientes mais verdes e saudáveis, o planejamento urbano deve considerar espaços mais amigáveis e convidativos para crianças, idosos e famílias. O ambiente natural também é um elemento lúdico e de grande valor educativo.

Aprender desbravando

Brincar com elementos naturais nos espaços públicos encoraja crianças a explorarem e a interagir com o território, dinâmica fundamental para que possam explorar sua criatividade, habilidades motoras e sociais. Assim, mesmo os grandes centros urbanos podem ser um convite à interação com a natureza.

Os municípios que investem em mais espaços naturais, com boa manutenção e rotas verdes ao longo das ruas, podem oferecer a suas comunidades mais acesso à natureza e novas experiências na cidade.

É papel dos gestores públicos prezar que lugares como ruas, parques, calçadas, praças e parquinhos sejam seguros, limpos e também espaços estimulantes, que convidem à descoberta e ao aprendizado dos pequenos.

Natureza e saúde

A presença de elementos naturais também melhora a qualidade do ar nas cidades e atenua os efeitos de condições climáticas extremas ao reduzir o calor e proporcionar sombra e umidade.

Transformar espaços inutilizados em jardins e hortas comunitárias, pequenos parques ou parquinhos naturais é uma estratégia para disponibilizar mais espaços para que crianças brinquem e famílias se encontrem.

Oferecendo a bebês e crianças acesso à natureza, os espaços públicos verdes também fortalecem o sentido de comunidade e melhoram a qualidade e a consciência ambiental.

O que as cidades podem fazer?

Os parques urbanos têm se mostrado verdadeiros respiros naturais no cotidiano das grandes cidades, enquanto os microparques são soluções interessantes para incrementar a vitalidade dos bairros e facilitar o acesso de famílias e crianças pequenas.

Os governos também podem estimular a implantação de elementos naturais ao longo de rotas de pedestres utilizadas por famílias; pracinhas onde descansar, brincar e explorar; e outros espaços verdes que promovem encontros da comunidade.

Para um brincar seguro, é fundamental que as cidades cuidem da manutenção e limpeza dos espaços naturais para minimizar riscos, como o de animais abandonados ou insetos transmissores de doenças. 

O desafio é fazer com que as pessoas pensem nos espaços públicos como locais onde desejam estar e passar o tempo com os filhos, e para isso esses espaços precisam ser mantidos de forma adequada. 

Quando a cidade consegue transformar a forma como as pessoas pensam sobre o espaço público, a comunidade pode se envolver na transformação física desses locais, garantindo que as ruas sejam ocupadas pelas famílias e promovam o desenvolvimento de crianças pequenas.

Boas práticas e ideias inspiradoras