Estudos já comprovaram que a leitura desde a gestação pode trazer inúmeros benefícios para o desenvolvimento dos bebês, que, mesmo não compreendendo os termos, aprendem a captar a voz dos pais e cuidadores, estimulando o aprendizado e a formação de vínculos. Assim como o cantar, ao contar histórias para os bebês e crianças pequenas, estamos apresentando novas possibilidades de linguagem, interação e criatividade. A leitura na infância também se relaciona com a continuidade desse hábito na vida adulta, com benefícios diversos para o desenvolvimento social dos indivíduos.
Interações verbais com bebês e crianças pequenas beneficiam profundamente seu desenvolvimento social e habilidades de linguagem, criando um importante alicerce para o desenvolvimento socioemocional do futuro. Os livros na primeira infância também funcionam como estímulo à fala e ao aprendizado sobre os objetos e experiências que circundam a criança, ajudando-a a dar sentido ao mundo.
Indicadores de leitura na primeira infância
Medir e acompanhar o desenvolvimento do hábito de leitura localmente
Para apoiar as cidades no monitoramento do tema, a Urban95 tem como indicadores da leitura para crianças de 0 a 6 anos o número e porcentagem de cuidadores que:
- contaram uma história, leram um livro ou cantaram canções a uma criança de menos de cinco anos de idade ao longo do último dia;
- leem ou contam histórias para crianças de menos de cinco anos de idade pelo menos duas ou três vezes por semana.
O papel das cidades na criação do hábito da leitura
Uma cidade que pensa em bebês e crianças será um lugar melhor para todos
Para incentivar que as famílias e cuidadores tenham acesso a livros e desenvolvam o hábito de leitura para a primeira infância, é importante garantir uma oferta adequada de bibliotecas e espaços públicos convidativos à leitura. Projetos e ações de contação de histórias em escolas, creches, praças e parques de amplo acesso podem aproximar a leitura do cotidiano das famílias e incentivar a interação entre escola e comunidade. Muitas cidades pelo mundo já executam boas práticas ligadas à promoção da leitura, como a ocupação de espaços públicos com bibliotecas volantes e outras atividades que envolvem livros.
Pensando nas crianças, os territórios podem integrar elementos de contação de histórias no entorno urbano, como decorar muros ou calçadas com elementos imaginativos para a criação de histórias pelas crianças e famílias. Como elas dependem de adultos para realizar suas atividades e acessar os espaços da cidade, é importante que os pais e cuidadores recebam apoio para oferecerem essas oportunidades, e o uso de ruas e espaços públicos pode ser uma estratégia importante para tal.
Hoje, 43% das crianças de menos de cinco anos em países que não são de alta renda correm risco de déficit de desenvolvimento; e, como muitas delas vivem em áreas urbanas, cabe às cidades pensar em soluções para acolher e incentivar os pequenos leitores em um ambiente seguro, estimulante e imaginativo. Os livros oferecem um mundo de oportunidades de exploração para as crianças, inclusive para aquelas que não possuem pais leitores, como uma oportunidade de mudança de hábitos para melhores comportamentos. Pequenos leitores tendem a ser cidadãos mais críticos, participativos e interessados na aprendizagem.