Um bom planejamento urbano para vivência e ensinamento das crianças

planejamento urbano

Proporcionar ambientes seguros e lúdicos para a primeira infância deve ser objetivo do planejamento urbano das cidades. Calçadas bem-pavimentadas, por exemplo, podem permitir que bebês e crianças pequenas explorem a imaginação em um trajeto seguro até a escola. Mães, pais e cuidadores também se beneficiam desse cuidado no desenvolvimento da cidade por meio da busca pelo design amigável para famílias.

As cidades brasileiras enfrentaram, nas últimas décadas, um processo rápido de urbanização, sem contar com a execução de um bom planejamento urbano. O resultado são cidades que se tornaram ambientes desconectados com as necessidades das pessoas, sobretudo da primeira infância. Concreto e carros são prioridades sobre o contato com a natureza e trajetos a pé ou o transporte público.

Planejar e organizar ações e tarefas a partir de métodos adequados para o desenvolvimento sustentável das cidades é no que consiste o planejamento urbano. Na prática, sua noção pode não ser palpável para a maior parte da população, mas seu impacto no seu dia a dia é real.

O que conduz o desenvolvimento e o crescimento de um município é o Plano Diretor, que ordena as funções sociais da cidade e a propriedade urbana. É esse documento que estabelece normas e diretrizes para as cidades em seu processo de crescimento. Os efeitos do Plano Diretor atingem não só o ambiente urbano, mas também as escolhas cotidianas, o modo de deslocamentos, os lugares em que há o sentimento de segurança, ou a falta dela, e as escolhas que as pessoas fazem sofrem sua influência.

A experiência das crianças na cidade

Especialistas discutem o impacto do ambiente no desenvolvimento humano, da linguística à psicologia. Sobretudo durante a primeira infância, há um potencial pedagógico, lúdico e exploratório. São muitas as possibilidades de intervenção nos espaços para explorar seu potencial acolhedor, interativo e de estímulo à criatividade. E é a busca por essas possibilidades que deve guiar o planejamento urbano para, assim, impulsionar o crescimento de bebês e crianças pequenas.

Muito além de parquinhos, a primeira infância vivencia a cidade de diversas maneiras, sendo necessário proporcionar rotas seguras até a escola e outros espaços públicos, além de contato com a natureza e com a arte e muitas brincadeiras. 

Um bom exemplo sobre como melhorar a experiência das crianças na cidade é a medida de acessibilidade universal das calçadas, que propõe a largura mínima de 1,80 m para todas. Um critério pensado para a circulação de cadeiras de roda e que também torna as calçadas mais amigáveis para pedestres, cuidadores com carrinhos de bebê e idosos com mobilidade reduzida, proporcionando um ambiente mais seguro e confortável para aproveitar o espaço da rua.

As vantagens do planejamento urbano

O planejamento urbano é a essência que determina a dinâmica da experiência e vida na cidade. As percepções e diversas decisões que as pessoas tomam cotidianamente são talhadas por dispositivos e normas de planejamento previstas em um documento. 

É possível construir esse documento de forma participativa e incluir mecanismos para o transporte coletivo, a distribuição de serviços, densidade populacional, entre outras coisas, contribuindo para que a cidade seja direcionada ao desenvolvimento sustentável.

A busca pelo design amigável para famílias pode permear o planejamento urbano, podendo, assim, proporcionar um ambiente estimulante e seguro para a primeira infância.