Crianças podem participar da vida social desde a primeira infância
Quando envolvemos as crianças e os cuidadores no planejamento urbano, estamos contribuindo para que as cidades se tornem mais resilientes, saudáveis e sustentáveis para todos. A perspectiva dos 95 cm valoriza o conhecimento local e as soluções criativas e lúdicas. As práticas educativas comunitárias e a educação para a sustentabilidade são caminhos importantes para a formação de uma nova geração de cidadãos conscientes e que participam em suas comunidades. A escutas com crianças, por exemplo, é uma prática que já demonstrou sucesso em projetos e políticas que têm como público-alvo a infância, pois trazem o olhar e as necessidades dos pequenos cidadãos e como seria uma cidade para crianças.
Comunidades verdes, acessíveis e com boas relações de vizinhança são positivas para o futuro sustentável de bebês, crianças e cuidadores. Para as crianças, possibilitam frequentar espaços estimulantes para o seu desenvolvimento, saudáveis e seguros. Crianças que convivem em comunidade também tendem a desenvolver melhores habilidades sociais, de cooperação e solução de problemas. Para os pais e cuidadores, ambientes públicos onde possam estar com bebês e crianças pequenas criam oportunidades de socialização, integração social e descanso. Para a comunidade, circular por espaços vibrantes, seguros e bem-atendidos por serviços públicos é o que garante o acesso à cidade e o bem-estar coletivo.
Acesso a serviços na cidade
Escolas, creches, postos de saúde e centros de lazer são direitos de todas as crianças e cuidadores
Cabe aos gestores e planejadores urbanos garantir que os pais e cuidadores tenham todo o apoio na tarefa de oferecer um cuidado encorajador e responsivo para bebês e crianças, especialmente em comunidades mais vulneráveis. O acesso e a porcentagem de matriculados em creches e escolas infantis, por exemplo, são indicadores importantes sobre a utilização de serviços públicos em uma cidade, sua capacidade de dar aos cidadãos acesso a direitos e de oferecer oportunidades dignas ao desenvolvimento infantil. Uma cidade boa para crianças é boa para todos.
Sabemos que o acesso a serviços básicos, como cuidados médicos primários, creches e espaços públicos, é diferente entre a população e reflete muito da desigualdade presente na sociedade brasileira. Famílias em condições de vulnerabilidade precisam de alguns serviços mais frequentemente do que outros, sendo importante que os gestores públicos se atentem a essas prioridades.
A habilidade de usufruir de serviços no ambiente urbano, como espaços públicos e meios de transporte, geralmente é afetada pela forma como diferentes grupos da sociedade, como homens e mulheres, são tratados. Uma vez que cuidadores com crianças pequenas estão entre os grupos mais vulneráveis, focar o uso que eles dão aos serviços é útil para garantir que as políticas da cidade promovam ativamente um acesso justo a seus recursos e oportunidades. Dispor de ambientes propícios ao seu desenvolvimento pleno, com experiências instigantes e estímulos adequados, é um direito de todos os bebês e crianças.
Crédito da foto: Prefeitura de Benevides (PA).