Apoiar programas e políticas que informem os pais e cuidadores sobre o desenvolvimento da primeira infância e compartilhem estratégias e boas práticas para o desenvolvimento infantil.
As crianças e seus cuidadores estão tendo acesso a serviços públicos básicos na cidade? Mulheres grávidas, crianças pequenas e cuidadores precisam de alguns serviços mais frequentemente que outros grupos, como cuidados médicos primários, creches e espaços públicos.
A habilidade de usufruir de serviços no ambiente urbano, como espaços públicos e meios de transporte, geralmente é afetada pela forma com que diferentes grupos da sociedade, como homens e mulheres, são tratados.
Uma vez que cuidadores com crianças pequenas estão entre os grupos mais vulneráveis, focar no uso que eles dão aos serviços é útil para garantir que as políticas da cidade promovam ativamente um acesso justo a seus recursos urbanos de forma geral.
Por que focar nisso?
Famílias precisam de apoio para proporcionar um cuidado encorajador e responsivo a crianças pequenas. Se (e como) os cuidadores utilizam os serviços públicos, nos informa tanto sobre sua oferta pelo município quanto sua efetividade na adesão e envolvimento dos cuidadores nas políticas locais.
Avaliar as várias barreiras enfrentadas por diferentes subgrupos de cuidadores ao terem acesso aos serviços é vital, pois permite mais considerações sobre as intervenções adicionais necessárias para apoiar os mais vulneráveis.
Crianças que não podem usufruir dos serviços públicos em sua totalidade perdem oportunidades de desenvolvimento e aprendizagem nesses anos tão fundamentais para o crescimento humano, reforçando um ciclo de desigualdade e exclusão social.
O que as cidades podem fazer?
O acesso a serviços de primeira infância passa por saneamento adequado, cuidados de saúde, assistência social, habitação e outras agendas da gestão pública. As cidades também podem apoiar programas e políticas que informem os pais e cuidadores a respeito da primeira infância e compartilhem informações sobre o desenvolvimento infantil, reforçando a ideia de uma cidade para crianças.
Um planejamento que considera a perspectiva de bebês e crianças é transversal a todas as áreas da administração pública e tem como objetivo central a construção de cidades mais amigáveis para as crianças e onde possam se desenvolver plenamente.
Vontade política é fundamental
Para atender às necessidades de crianças pequenas, as cidades devem investir na colaboração eficaz entre os órgãos municipais – responsáveis pelas políticas de saúde, educação, assistência social, pelo planejamento, meio ambiente e mobilidade – o que requer uma liderança engajada, equipe dedicada e dados compartilhados.
Envolver a comunidade é necessário para obter o apoio público e encorajar um maior uso e manutenção do espaço coletivo. É a comunidade que melhor conhece suas demandas e dificuldades, sendo fundamental no controle social da gestão urbana.
Boas Práticas e ideias inspiradoras para aprimorar a utilização de serviços
- Um parque sensorial para crianças com necessidades especiais em Bhubaneshwar, Índia, inclui espaços e instalações especiais para aquelas com dificuldades visuais e outras deficiências. Acessibilidade como estratégia de inclusão para que todas as crianças possam usufruir de áreas verdes na cidade. https://bernardvanleer.org/urban95-city/urban95-city-bhubaneswar/
- Em Torino, Itália, o projeto ‘Che Aria Respiro’ está trabalhando com crianças e cuidadores para monitorar a qualidade do ar na cidade, testar zonas exclusivas para pedestres e se engajar na defesa das agendas locais. https://earlychildhoodmatters.online/wp-content/uploads/2018/06/BVLF18_Innovation_Urban95_Watanatada-portuguese.pdf
- Tel Aviv lançou o Digitaf, uma tecnologia digital para crianças pequenas com uma plataforma on-line que conecta os pais aos serviços de saúde, creches, eventos públicos para famílias, descontos em lojas da cidade e dicas de parentalidade. https://bernardvanleer.org/urban95-city/urban95-city-tel-aviv/